A gigante MoreTextile, cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação detido pela ECS Capital, anunciou esta segunda-feira, 29 de julho, a alienação da sua atividade de fiação à empresária Maria de Belém Machado, "em linha com o objetivo estabelecido de focar-se na produção de felpos e roupa de cama", com que no ano passado arrecadou receitas de 65 milhões de euros.
Fundada em 1973, a Tearfil produz e comercializa fios têxteis em Moreira de Cónegos, passando agora para as mãos da empresária Maria de Belém Machado, que é proprietária da empresa SMBM, criada em 2001 no mesmo concelho. Esta produtora de fios "open-end" e de fios convencionais vende 75% da produção para o setor das malhas e detém a marca Fifitex, "uma referência no negócio da fiação".
Autonomia e empregos garantidos
Segundo a informação disponibilizada pela nortenha MoreTextile, que no final de 2018 empregava mil pessoas e reclama a liderança europeia no segmento do têxtil-lar depois da salvação da falência há oito anos, a unidade industrial agora alienada soma perto de 300 clientes e regista um volume de negócios anual de 12 milhões de euros, dos quais 12% resultam da exportação.
"Esta aquisição permitirá capturar sinergias e potenciar o valor acrescentado desta unidade, garantindo os postos de trabalho e o investimento no seu desenvolvimento. A Tearfil manterá a sua autonomia, de forma a potenciar a sua flexibilidade e agilidade, com benefícios para os clientes e parceiros", lê-se na nota enviada à imprensa.
Com um crescimento homólogo de 5%, os têxteis-lar foram apontados pela principal associação empresarial do setor (ATP) como a categoria "mais dinâmica" nas exportações da indústria têxtil e do vestuário em 2018, um ano em que este setor tradicional voltou a quebrar o máximo de vendas no exterior, que ascenderam a 5.314 milhões de euros.
Em março deste ano, em declarações ao Portugal Têxtil, Artur Soutinho antecipou que 2019 seria "um ano mais complexo e difícil para toda a gente", falando numa "inversão do ciclo económico" e de "desafios pesados" para esta indústria. "O mercado inglês está muito mau, o mercado francês está muito difícil, o espanhol complicado está. Toda esta instabilidade criada pela questão dos EUA com a China, a Turquia que desvalorizou a moeda 50% ou 70% nos últimos três anos – e é o nosso maior concorrente. Tudo isto vai criar-nos algumas dificuldades, sem dúvida. Nem tudo são rosas", descreveu o CEO da MoreTextile.O
(notícia atualizada pela última vez às 12:50 com mais detalhes sobre as empresas)
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